A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) defendeu que o retorno às aulas seja feito de forma gradual, combinando aulas presenciais e o ensino a distância.
Para a entidade, as aulas fora do ambiente escolar deveriam ser ofertadas para alunos de grupos de maior risco, assim como às famílias que, por insegurança, optarem por manter as crianças em casa. O mesmo deve ser oferecido a professores e funcionários das escolas, defende.
As informações estão no documento (245KB) divulgado nesta 6ª feira (25.set.2020), no qual a SBP indica as condições mínimas a serem cumpridas para garantir um retorno seguro às aulas por crianças e adolescentes.
Durante a pandemia do novo coronavírus, as escolas brasileiras tiveram seu fechamento decretado em março, ainda no início do ano letivo de 2020. Algumas cidades estão começando a ter autorização para abrir.
“Para aulas presenciais, a SBP defende o uso obrigatório de máscaras por crianças em idade apropriada, a divisão dos alunos em turmas menores, o distanciamento social, a proibição de aglomerações e a restrição da entrada de familiares na escola”, informou no documento.
ESTRUTURA
A entidade recomenda ainda a criação de comitês –com representantes dos órgãos de saúde e educação, pesquisadores, médicos, técnicos e membros da comunidade– para avaliar as escolas durante visitas em que seriam conferidos número de banheiros, disponibilidades de pias, capacidade física das salas de aula, e a adoção de protocolos de higiene baseados em consensos rigorosos para funcionários, professores e alunos.
O grupo teria também a responsabilidade de avaliar a situação epidemiológica e de estimular o aperfeiçoamento das condições estruturais, a adoção de medidas preventivas e o compartilhamento de informações adequadas de educação para professores, funcionários e alunos, com foco na obediência aos protocolos.
A SBP também aponta que devem ser mantidas as medidas básicas de prevenção à covid-19, como a higienização frequente das mãos e superfícies; o uso de garrafas de água próprias pelos alunos; a adoção de maior espaçamento entre os estudantes em sala de aula e a preferência por atividades ao ar livre ou em ambientes arejados e ventilados dentro da unidade escolar.
A entidade recomenda ainda que as escolas estejam preparadas para fazer uma triagem de sinais e sintomas indicativos da doença, com a orientação de familiares para que a escola seja comunicada com rapidez.
A SBP defende que o retorno às aulas deve ser definido após uma análise individualizada da realidade de cada município, com a participação de técnicos das áreas de saúde e educação, atuando de forma integrada.
A entidade explica que dados epidemiológicos de vários países revelam que crianças e adolescentes apresentam quadros em sua maioria leves e ou assintomáticos de covid-19.
No Brasil, segundo a SBP, fenômeno similar é observado, com o grupo etário de 0 a 19 anos, representando aproximadamente 0,7% do total de mortes associadas à doença, apesar deste segmento etário constituir mais de 25% da população destes dois países.