O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acusou o presidente Jair Bolsonaro de “deslealdade“, antes de ser demitido do governo federal. O episódio está descrito no livro “Um paciente chamado Brasil“, lançado nesta 6ª feira (25.set.2020) pela editora Objetiva.
De acordo com Mandetta, a acusação foi feita durante reunião no dia 5 de abril. Na obra, o ex-ministro descreve o que teria dito a Bolsonaro antes de ser demitido do cargo.
“O senhor tem que me demitir. Seria mais leal de sua parte. O senhor quer cobrar lealdade, mas lealdade é uma via de mão dupla. Não se pode ser leal unilateralmente. O senhor está sendo desleal. Porque o senhor fala uma coisa e faz outra”, afirmou o ex-ministro .
“Não tem ninguém aqui que tenha mais noção de pátria, porque o senhor fica falando de pátria, de nação, e ninguém aqui tem mais ou menos noção que o outro”, disse.
No livro, Mandetta também diz que Bolsonaro se recusou a sentar com ele para avaliar a situação da pandemia de coronavírus no Brasil. O ex-ministro descreveu o presidente como um negacionista da ciência.
“Ele nunca aceitou sentar comigo para ver a realidade que o seu governo estava para enfrentar”, declarou.