Números, narrativas e certezas absolutas, escreve Alon Feuerwerker
A ciência gosta de calcular por meio de porcentagens a letalidade de um fenômeno qualquer. Até o momento, as mortes por covid-19 pelo mundo resvalam em 0,1% da população nos casos mais agudos. É relativamente aceitável? Não chega a ser motivo para manchetes. Mas, e se você disser que o Brasil deve passar das 200 mil mortes pela ação do SARS-CoV-2? É bem mais impactante. Perdas humanas são sempre trágicas, mas não se engane o leitor, ou leitora: para os políticos, lato sensu, elas são apenas uma variável da função que define o grau de sustentação do poder. Outra variável…