Daniel Radcliffe interpreta ativista anti-apartheid em ‘Fuga de Pretória’

Entre 1948 e 1994, a África do Sul foi palco do vergonhoso apartheid, nome dado ao regime segregacionista em que os negros, maioria no país, tiveram a cidadania negada, foram relegados à margem da sociedade e separados dos brancos de todas as formas possíveis, inclusive fisicamente. Bairros, prédios, escolas, hospitais e tudo mais o que se possa pensar era segregado por etnia, garantindo privilégios à minoria branca no poder. Nesse cenário absurdo, grupos contrários ao regime deram início a uma resistência política que visava derrubar de vez a segregação vigente, mas a repressão não tardou a agir e milhares de pessoas foram perseguidas e presas, dentre eles o preso mais popular, Nelson Mandela (1918-2013). Muitos outros também foram detidos, entre eles os então universitários Tim Jenkin e Stephen Lee, cuja história é retratada no filme Fuga de Pretória, em cartaz em alguns cinemas no país, e que estreia nesta sexta-feira, 23, às 22h30, no canal pago TNT.

Com Daniel Radcliffe na pele de Tim Jenkin, o longa retrata a história da fuga que entraria para a história como uma das mais mirabolantes já vistas. Detidos em 1978 durante uma ação do ANC, organização anti-apartheid que, desde 1960, era considerada ilegal pelo governo autoritário, os dois amigos foram rotulados como terroristas e enviados à Pretória, uma prisão até então considerada inescapável. Encarcerados, eles burlaram a segurança construindo chaves em estacas de madeira que lhes permitiram escapar da fortaleza sem deixar quase nenhum vestígio. Durante 1 hora e 46 minutos, o clima crescente de expectativa conduz a narrativa, reconstruindo os movimentos que permitiram que universitários sem nenhum conhecimento técnico moldassem chaves do zero, partindo apenas da observação daquelas carregadas pelos carcereiros. Uma combinação de ação e uma pitada de filosofia que atinge o expectador a cada barreira transposta.

Confira o trailer:

Continua após a publicidade

By Giovana Frazolini