Em Bento, energia solar está ficando mais acessível

Aumento pela procura da
tecnologia pode tornar o investimento cada vez mais acessível e presente nas
construções

Seja
para apostar na sustentabilidade, já que não contamina o meio ambiente ou para
reduzir custos, o fato é que o uso da energia solar está se tornando uma das
fontes mais promissoras de energias. Empresas e até residências estão cada vez
mais ganhando esse tipo de investimento.

Na
Capital Nacional do Vinho, de acordo com o presidente da Associação das
Empresas da Construção Civil da Região dos Vinhedos (Ascon), Milton Milan, os
prédios do município, principalmente os de maior poder aquisitivo, já estão
sendo pensados dessa forma. “A tendência é que a grande maioria das construções,
sejam elas prédios comerciais, residenciais ou até mesmo residências familiares
implementem esse tipo de captação”, avalia.

Outro
fator que está impulsionando as empresas a investirem na tecnologia, segundo
Milan, é o desejo de conquistar o selo Green Building. “Certificação que avalia
as fases do projeto e obra, reconhecendo residências mais eficientes e
confortáveis, que promovem redução dos custos operacionais ao longo do ciclo de
vida da edificação e conforto, saúde e bem-estar para os ocupantes”, explica.

Embora
afirme que os custos de implantação ainda são elevados, Milan acredita que o
crescente uso do sistema fará com que se torne cada vez mais acessível e
presente nas construções. “Quando falamos em tendências, não podemos negar que
elas acontecerão mais cedo ou mais tarde, mas na nossa cidade este movimento já
está acontecendo”, observa.

Expansão

O
proprietário da empresa Multiaquecimento, que instala esse tipo de tecnologia,
Vanderlei Possamai, assegura que o crescimento da energia solar é inevitável.
“A matriz energética de usinas fotovoltaica representa apenas 2% da
geração no Brasil, tem muito espaço para crescer”, analisa.

De
acordo com Possamai, a maior procura é por empresas com alto custo de energia
elétrica, principalmente os supermercados, hotéis e academias. Já que, segundo
ele, a redução nos gastos pode chegar até a 95%. Além disso, “é uma energia
limpa, não existe nenhum combustível fóssil e deixa de emitir toneladas de dióxido
de carbono (CO2) na atmosfera”, acrescenta.

Em
Bento Gonçalves, o Colégio Scalabriniano Medianeira foi a primeira instituição
de ensino superior do município a implantar o sistema de energia solar. O
investimento foi realizado em janeiro de 2019 e desde então, a economia mensal
da escola chega até a cinco mil quilowatts (KW), o que significa redução aproximada
de R$4.200 reais mensais.

Investimento tem retorno no período entre quatro a seis anos

Rio Grande do Sul

Se
em Bento, onde, segundo Possamai, os primeiros quatro meses do ano foram
estagnados no mercado e o retorno pela demanda está acontecendo agora, no
Estado a situação é justamente o contrário. Em meio a pandemia, a geração de
energia solar cresceu. Somente entre março e agosto, o aumento foi de 41,8% nos
solos gaúchos. Ao todo, a potência instalada saltou de 125 megawatts (MW) para
299,6 MW.

Dados
da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) revelam que o
Rio Grande do Sul tem mais de 40 mil unidades consumidoras que geram ou recebem
energia solar, espalhadas entre 493 das 497 cidades gaúchas.

By Giovana Frazolini