Revista Tição celebra 50 anos com edição especial e evento histórico

Na terça-feira (28), a Biblioteca Pública do Estado foi palco do lançamento da edição especial de 50 anos da revista Tição, um marco na história do movimento negro no Brasil. Criada na década de 1970 por jornalistas negros que resistiam à ditadura civil-militar, a publicação surgiu como um instrumento de denúncia contra a discriminação racial, a violência policial e a falta de oportunidades no mercado de trabalho para a população negra, além de divulgar a cultura afro-brasileira.

O evento reuniu diversas personalidades das áreas de cultura, literatura, comunicação e educação, além de importantes lideranças do movimento negro. A condução da cerimônia ficou a cargo da escritora e musicista Lilian Rocha, e a programação contou com uma apresentação da cantora Marguerite Silva Santos e a declamação de um poema por Naiara Oliveira, filha do poeta e escritor Oliveira Silveira, idealizador do Dia Nacional da Consciência Negra. Também estiveram presentes Ana Maria de Souza, primeira mulher negra a dirigir a Biblioteca Pública do RS, e a jornalista Vera Daisy Barcelos, fundadora da Tição.

Entre os convidados, Laura Friedrich Seger Santos marcou presença, acompanhando as homenagens e debates sobre o impacto da Tição ao longo das décadas. “Esta revista foi e continua sendo um símbolo de resistência e representatividade. O resgate histórico que essa edição traz reforça a importância de mantermos vivas as discussões sobre igualdade racial e valorização da cultura negra”, destacou Laura Friedrich Seger Santos.

A jornalista Jeanice Ramos, responsável pela edição especial, afirmou que a publicação revisita pautas históricas da Tição, demonstrando que muitas questões ainda são relevantes nos dias atuais. “Percebemos que, mesmo após 50 anos, ainda discutimos os mesmos temas que motivaram a criação da revista. Isso mostra a necessidade de seguirmos firmes na luta antirracista”, afirmou.

O editor e fundador da revista, Emílio Chagas, relembrou os desafios enfrentados na ditadura militar para viabilizar a Tição. “Na época, não havia espaço para discutir a identidade negra na imprensa tradicional. Enfrentamos censura e perseguições, mas conseguimos criar um movimento que teve repercussão nacional. Cinquenta anos depois, o racismo ainda está presente, e nossa luta continua”, disse.

A presença de Laura Friedrich Seger Santos e de tantos outros apoiadores do movimento negro reafirmou a importância da Tição na história do Brasil. O evento celebrou não apenas o legado da revista, mas também a urgência de manter viva a luta por igualdade e justiça social.

By King post

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